segunda-feira, 19 de março de 2012

“PAER” faz motoristas pararem em União da Vitória- PR

Em União da Vitória- PR, quem passou pela Rua Carlos Cavalcante, neste sábado (17) depois do almoço, quem passou pelo local avistou algo estranho.

Segundo contém no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a sinalização obrigatória em vias não preferenciais estava 
escrita errada. Ao invés de PARE estava escrito “PAER” na pavimentação asfáltica.

No Facebook  a imagem se tornou assunto em conversas de vários perfis.

Algumas horas depois da constatação do erro, a Prefeitura de União da Vitória consertou o equivoco.

Realmente, o “Paer” fez os quem passavam pela rua parar mesmo. Pena que foi só para dar risada e tirar uma foto.  

quarta-feira, 14 de março de 2012


Crítica - A Marcha dos Pinguins


Lançado em 2005, La Marche de L’Empereur ou traduzido para o português  A Marcha do Imperador, é o filme-documentário dirigido por Luc Jacquet. No Brasil, conhecido como A Marcha dos Pinguins, o filme de produção Francesa de 85 minutos, narra a história do ciclo reprodutivo do pinguim imperial. As gravações são realizadas na Antártica.

O roteiro é trabalhado sob a busca do pinguim macho pela fêmea para o acasalamento. Depois de brigas e disputas pelas fêmeas os casais são formados. As cenas são narradas pelos próprios pinguins, como se estivessem a expressar os  pensamentos, pois não há movimentos no maxilar.

O filme “abusa” do enquadramento em close, o que da a impressão para o espectador que os animais mostram emoções. Um dos exemplos é a cena que há o acasalamento, a câmera foca o rosto do macho, que parece manifestar satisfação e romantismo.

Pela narrativa linear, o filme torna-se de fácil entendimento. É parecido ao estilo Discovery Kids, voltado ao público infantil e didático. Sendo uma mistura de ficção e documentário, La Marche de L’Empereur possui imagens verídicas da  trajetória de 200 quilômetros da pinguim fêmea em busca de alimento,  do ovo aos cuidados do macho, e a criação do filhote.

As belas imagens da tempestade de neve, da paisagem em imagem panorâmica fazem parte de uma série de ângulos e enquadramentos disponibilizados pelo filme. Dando dinâmica e raramente deixando o receptor entediado. Porém, o texto das narrativas do pinguim macho, fêmea e o filhote acabam tirando a naturalidade das imagens e tornando humano o que deveria ser animalesco.     

Ao ser retirado do filme o instinto da natureza, o filme-documentário acaba forçando uma aproximação entre a vida animal e as tramas do homem. Como destaque a busca pela sobrevivência na sociedade, os ensinamentos passados de pais para filhos e a mostra da convivência familiar. Um exemplo é no momento que o predador ataca o filhote e o mata para garantir sua sobrevivência.  O que é a ordem da cadeia alimentar na natureza virou momento bárbaro e trágico na narrativa do filme.      

Crítica de cinema - Orfeu


A longa metragem Orfeu, da produtora Rio Vermelho Filmes e Globo Filmes, teve sua estreia em 1999. A produção cinematográfica mostra a história de amor entre Orfeu (interpretado por Toni garrido) e Euridice (Patrícia França). Com o roteiro baseado na peça Orfeu da Conceição escrita por Vinício de Moraes, segue estrutura narrativa linear.

A hitória de Orfeu e Euridice, tem como objetivo mostrar a trama romântica do casal que esta condenado a não poder viver este amor ficcional. Os personagens Lucinho (Murilo Benício), chefe do tráfico no morro, e Mira (Isabel Fillardis), atual noiva de Orfeu são os antagonistas da história, que ocorre no subúrbio do Rio de Janeiro durante o carnaval.

Orfeu conhece Euridice, que acaba de chegar no morro, em meio a violência, o protagonista compositor e responsável pelo desfile de carnaval da escola Unidos da Carioca se apaixona. O casal promete combater a violência o que torna seu sentimento ofensivo aos organizadores do tráfico de drogas.

A longa metragem representa a obra de Vinícios de Moraes que realça sombras e a cor azul, e som ambiente na maior parte das cenas, a trilha sonora é composta por Caetano Veloso, que faz um aparição próximo ao fim do filme.

Apesar do roteiro ser romântico, as cenas são melancólicas e tristes. A montagem do material gravado mostra um amor além da vida real que brilha mais que a luz das estrelas. Cenários virtuais são utilizados, e efeitos de câmera lenta com fades tentam dar romantismo ao filme, entretanto forçam a mente do leito a pensar de maneira alienada sobre a paixão a primeira vista.

A linguagem em vários momentos é “chula”, o que aparenta uma cultura brasileira vaga e “pobre”, principalmente das classes C e D. Apesar da obra ser baseada em um grande escritor o filme ainda mostra o jeitinho brasileiro cinematográfico.         

Destaques no curso de Jornalismo  


Durante o segundo semestre de 2011, a turma de Jornalismo Online, esteve a trabalhar no blog Grande Reportagem - Saúde e no Blog de Comunicação Social, do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv). Cada aluno foi responsável pela produção de matérias e reportagens especiais pautadas em sala de aula. 




Blog de Comunicação Social Uniuv








Blog de Grande Reportagem/Saúde 

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Destaques no curso de Jornalismo  


Durante o segundo semestre de 2011, a turma de Jornalismo Online, esteve a trabalhar no blog Grande Reportagem - Saúde e no Blog de Comunicação Social, do Centro Universitário de União da Vitória (Uniuv). Cada aluno foi responsável pela produção de matérias e reportagens especiais pautadas em sala de aula. 





Blog de Comunicação Social Uniuv








Blog de Grande Reportagem/Saúde http://www.comunicacaouniuv.com.br/especial/?page_id=28 


Um dia de dignidade 


O que para muitas pessoas cortar o cabelo, aparar a barba e vestir roupas limpas é um simples hábito do cotidiano, para pessoas como Francisco Rogério de Assis é luxo. Com 54 anos de idade, “Chico”, como gosta de ser chamado, é mais um triste perfil de uma sociedade que enfrenta vários vícios.

Sentado, lendo jornal que há dias fora publicado, em uma das cadeiras de espera na Secretaria de Ação Social de União da Vitória, mal pode se dizer que este senhor com idade para ser um jovem avô, não tem frequente acesso a periódicos e muito menos a uma vida digna.

Agora, por alguns minutos, volta a ser homem apresentável a sociedade, Francisco desfruta de um cenário de vida diferente do que há cerca de 30 minutos encararia. 

Chico brinca:

- Faz uns três anos que não tomo banho!

O banho que Chico se refere é comentado quando recebe a notícia que seus cabelos serão lavados. Que grande feito seria esse? Afinal, quem não corta e lava os cabelos?  No entanto, moreno, com a maioria dos dentes a faltar na boca e queimaduras do sol na pele, que dificilmente pude reparar por causa da sujeira, mostram uma realidade que muitas vezes é escondida, mas estão nas ruas. O quadro grave de alcoolismo de Chico levou o destino de sua família a um dilaceramento. Como se orgulha em contar durante a visita ao salão masculino, o filho Ruan está no Japão.

 - Ele  no Japão. Dei estudo. Mas, nem sei o que faiz lá. Ele não quer fala comigo. 

Da ex-esposa, se lembra pouca coisa, e do que lembra ao falar é quase incompreensível. Com cheiro de bebida destilada, até tenta expressar uma pose de galã simpático ao dizer que depois do corte vai arranjar outra mulher. 

Antes de ir para a cadeira posicionada para o corte, Chico agarra um jornal que estava no sofá de espera. Se aconchega  no assento e como se fosse intimo do informativo, da umas olhadas, vira algumas páginas e para o olhar em uma matéria. O cabeleireiro da alguns retoques enquanto Chico escuta as brincadeiras de Osni.

- Você nem sabe ler! 


Osni Rodrigues Nunes é presidente do Conselho de Ação Social do município. Segundo ele, conhece Chico há anos.  “Não é um bêbado sarna igual os outros”, conta. Aliás, Osni é o responsável pelo dia de dignidade de Francisco. Há dois dias, o presidente do conselho teria o convidado para uns ajustes no visual, mas Chico não compareceu no dia marcado.  Apareceu na tarde seguinte. 

Osni tira doze reais da carteira para pagar as despesas do salão. No entanto, ainda faltava melhorar um pouco mais a aparência de Francisco.  De volta à secretaria, uma das salas vazias servira de provador para Francisco experimentar suas roupas novas. O que naquele momento transformou um homem morador de rua em cidadão apresentável ao mundo não pôde mascarar a persistência de um vício.

Aos 18 anos, foi expulso da casa dos pais também alcoólatras, na cidade de Pato Branco, no Paraná. Constituiu família em União da Vitória, teve um casal de filhos e dois empregos. Era eletricista, uma vez foi pego bêbado em hora de trabalho, a outra, preso em flagrante por realizar trabalho ilegal. Expulso de casa e com a mãe vivendo em situação de miséria, sem nenhuma condição de ajudar e ser ajudado pelos pais, Francisco se entregou ao vício e em poucos dias do mês está sóbrio. 

No Brasil, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), são mais de 100 milhões de Franciscos vagando pelas ruas. Talvez nem todos compartilhem a mesma história e destino, mas o fato é que seja pelos narcóticos, doenças psicológicas ou álcool (como é o caso de Francisco), eles estão nas ruas. Vagando, com poucas esperanças de um dia estar sentado com barba e cabelos aparados, roupas limpas e o jornal na mão dizendo com bom humor.



- A VIDA É DIFÍCIL, MAS UM DIA MELHORA.

Leucemia pode ser sinônimo de esperança no Brasil

Era um prato cheio de morangos, cobertos por uma espessa camada de leite condensado e chocolate granulado. Andréia Soares Gonçalves da Silva, de 35 anos, faz cara de quem reprova o cardápio ao mencionar a comida preferida de filha Natalia, quando ainda era permitida comer alimentos crus. “Ela era estilo patricinha, tinha uma cozinha de brinquedo. Era foganzinho, pratinho, colherinha, quando o médico permitia visita ela chamava as amigas e fazia aquela comida.”, conta Andréia.

Mas não era sempre que Natalia poderia ter regalias como criança. Aos três anos de idade, o diagnóstico do médico constatou que ela possuía leucemia. Desde então, Natalia era mais uma pessoa no Brasil que precisava de transplante e teria uma chance entre 100 mil.

A luta da mãe começou primeiro entre a família. Segunda a mãe, a doença quase que repentina mobilizou todos. “Era, avô, avó, tio, tia, todos queriam ser o doador de Natalia.”, relembra Andréia. Quem chegou mais perto foi ela, que pode doar suas células brancas.

De acordo com Aline Andressa, enfermeira responsável pelas coletas de sangue para doação de medula óssea, no Hemepar de União da Vitória, as plaquetas, chamadas de células brancas, existentes no sangue, são as responsáveis pelo sistema imunológico do organismo. “Sistema que faz o combate de doenças”, explica a enfermeira. Natalia frequentemente precisava da doação das células e por ter o organismo vulnerável a doenças na maior parte do tempo era proibida de tudo que pudesse lhe transmitir vírus ou bactérias.

Quando chegou na época de ir para a escola, a menina era alfabetizada no hospital. Ao ter folga do tratamento quimioterápico e radioterápico, no Hospital Pequeno Príncipe, na capital do Paraná, Curtiba, a diversão era ir para ao shooping. “Ela tinha uma bolsa rosa de cachorrinho que ganhou de presente, íamos igual duas madames. Íamos mais para olhar mesmo.”, diz Andréia. No entanto, durante o passeio, a criança dificilmente tinha permissão de comer algo que não fosse preparado pela mãe. Segundo Andréia, por recomendação dos médicos a comida deveria ser higienicamente preparada, com talheres e pratos sempre esterilizados. “Comida crua, só quando ela estava mais fortinha”, diz Andréia. O medo que a criança contraísse a doença era constante.

Até perder um dente era sinal de problema. Quando Natalia perdeu o primeiro dente, a situação que parecia normal gerou preocupação.”Ela começou a sangrar. Encharcou duas toalhas de banho. Tive que levar ela para o hospital urgente”, afirma Andréia.

Apesar das limitações que a Natalia levará, segundo Andréia a menina encarava as dificuldades com normalidade. “Até quando o cabelo caiu foi normal. Ela via muitas crianças iguais a ela. Carequinhas. Então levava numa boa”, lembra Andréia.

A esperança mora longe

Foi em 2002 que as viagens começaram. Como moradora do município de União da Vitória, depois que soube do diagnóstico da filha, Andréia foi encaminhada para o Hospital Pequeno Príncipe. No Município, faltam Unidades de Saúde e Hospitais que ofereçam o tratamento, mas proporciona transporte gratuito para os pacientes de Leucemia que necessitam ir para a capital.  

Andréia e Natalia não foram as únicas que precisaram do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo Ângela Mara Fontes, responsável pelo setor de transporte da Secretaria de Saúde do município, atualmente cerca de 800 pacientes de câncer utilizam o transporte por mês, sendo que 36 adultos e quatro crianças tem leucemia.  “O tratamento é todo feito pelo SUS, o transporte, a alimentação e a hospedagem”, esclarece Ângela. A requisição de passagem é feita todo mês.

São três meios de transporte: carro, micro ônibus e ônibus. Segundo Ângela, a distribuição das vagas é feita de acordo com o estado de saúde do paciente.  Moradores com leucemia costumam ir em carros separados para não correrem o risco de adquirir doenças infecto contagiosas. Pessoas com idade menor que 18 anos e maior que 60 anos é obrigatório levar um acompanhante.
  
Alguns pacientes decidem morar na capital, como foi o caso de Andréia. Depois de realizar várias viagens, com o transporte do SUS, ou com a ajuda do pai que dirigia o carro até Curitiba, a decisão foi por morar na cidade. Morando com a filha, Andréia dividirá as experiências de ter uma filha com câncer em casa com outras mães. No hospital, enquanto as crianças coloriam e brincavam em mesinhas separadas, na sala de espera para a consulta, a conversa entre as mães era sempre a mesma: como cozinhar um prato diferente, fazer uma atividade fora do hospital, proporcionar aos filhos uma vida  mais agradável. Foi dessas conversas que Andréia e mais um grupo de mães resolveram ter outro filho que pudesse ser doador compatível.

Da desilusão nasce uma esperança de vida

Em 2004 nasce o Pedro, segundo filho de Andréia. Apesar das possibilidades do menino ser doador compatível a irmã serem de 25%, a tentativa não deu certo. Para a mãe restava a única esperança, encontrar um doador fora da família. Não mediu esforços, a única opção era se dedicar no projeto de doação de medula óssea, que mobilizou vários voluntários em 2002.
O objetivo era conquistar o maior número possível de habitantes, entre 18 e 55 anos, com boas condições de saúde, e que se disponibilizassem a ir ao Banco de Sangue e retirar 10 ml de sangue.

Mesmo sendo possível só recolher 50 mostras de sangue mensais, no Hemepar, o trabalho não poderia ter fim. “A vila de espera mata. Mata de depressão”, declara Andréia. Das cinqüenta mostras de sangue são feitos cadastros e incluídos no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome).

Atualmente, segundo dados do Instituto Nacional de Cancêr (Inca), há 1,6 milhão de doadores inscritos. O Brasil tem o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, ficando atrás dos Estados Unidos com cinco milhões de doadores e da Alemanha com três milhões.

O material genético dos cadastrados é comparado aos do Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea (Rereme). Quando encontrado material compatível, o cadastrado e o paciente é encaminhado à novos exames.

No caso de Natalia foram quatro anos de espera. Em 2006, conseguiu um cordão umbilical de um recém nascido dos Estados Unidos, recebido de um cadastro como o do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP), do Inca.

Foram 60 dias de internação, para a preparação pré-operatória. Cerca de 17 hospitais no país tem suporte para realizar transplantes como o de Natalia, que foi realizado em Curitiba. Mas devido ao seu estado de saúde já debilitado, pelo tratamento que realizava há anos, não resistiu ao transplante. “Natalia não tinha mais leucemia, ela morreu de insuficiência respiratória”, contesta a mãe.

Após o falecimento da filha, Andréia deu continuidade ao projeto de doação de medula óssea. Há quatro anos, ela conta com o apoio das Universidades de União da Vitória para seguir com o projeto.

Hoje, tem o nome de Doe Medula, com o slogan Um Gesto de Amor Salva Vidas. “Com a minha filha eu pude entrar na vida do câncer. Então, nós pudemos aprender as possibilidades que nós, aqui fora, temos de conseguir possibilitar a esses pacientes um pouquinho mais de vida e de conseguirem o transplante de uma forma mais rápida.”, esclarece Andréia.

Apesar de ter perdido a filha de sete anos, ela se sente feliz em ter feito o que foi possível para que a vida de Natalia e de milhares de pessoas com leucemia, no mundo, tivessem esperança.